A Educação à Distância é entendida como uma modalidade de ensino que possibilita a aprendizagem em diferentes tempos e espaços e, portanto, pode contribuir para a formação daqueles que possuem dificuldade em conciliar o tempo de formação com o tempo de trabalho e/ou familiar.
Segundo Decreto nº. 2494 (MEC, 1998), a educação a distância é uma modalidade de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.
Para Almeida (2003) os avanços e a disseminação do uso das tecnologias de informação e comunicação possibilitam novas perspectivas para a educação à distância com suporte em ambientes digitais de aprendizagem. A distância geográfica e o uso de diversas mídias são características inerentes à educação à distância, mas não suficientes para definirem a concepção educacional.
A autora analisa as potencialidades da educação à distância, sobretudo no que refere-se à flexibilidade do tempo, quebra de barreiras espaciais, emissão e recebimento instantâneo de materiais, o que permite realizar tanto as tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos, agora digitalizados e hipermediáticos, como explorar o potencial de interatividade das TICs e desenvolver atividades à distância com base na interação e na produção de conhecimento. De forma que o aluno possa organizar o próprio tempo para estudos e participação das atividades, independente do horário ou local em que esteja. (ALMEIDA, 2003).
Ainda segundo Almeida (2003) a EAD é uma modalidade educacional cujo desenvolvimento relaciona-se com a administração do tempo pelo aluno, o desenvolvimento da autonomia para realizar as atividades indicadas no momento em que considerem adequados, desde que respeitadas as limitações de tempo impostas pelo desenvolvimento das atividades do curso, o diálogo com os pares para a troca de informações e o desenvolvimento de produções em colaboração. Nesse sentido, o exercício da autonomia pelo aprendiz incita-lhe a tomada de decisão sobre o percurso a seguir na exploração dos conteúdos apresentados e a disciplina nos horários de estudos.
Belloni (2002) afirma que nesta modalidade de ensino, os problemas relacionados ao tempo são fundamentais, não apenas em suas dimensões física, institucional e imaginária, que formam a base das relações temporais concebidas por cada indivíduo e estabelecidas na sociedade, mas também em sua dimensão econômica, de medida do tempo de trabalho, definidora das condições de trabalho e de formação dos trabalhadores. A ausência de um tempo para a formação continuada, prevista especificamente para este fim, dentro da jornada de trabalho dos professores, é provavelmente uma das causas que impulsiona o acesso dos mesmos aos cursos virtuais.
Neste contexto, Freitas (2002) indica que a formação continuada é uma das dimensões importantes para a materialização de uma política global para o profissional da educação, articulada à formação inicial e as condições de trabalho, salário e carreira, deve proporcionar novas reflexões sobre a prática profissional na construção permanente do conhecimento e de uma formação qualificada. No atual contexto essa formação é tida como de responsabilidade individual deixando de ser responsabilidade do Estado e sim dever dos professores. Assim sendo, cabe ao profissional perceber suas necessidade de formação e empreender o esforço necessário para realizar sua parcela de investimento no próprio desenvolvimento e capacitação profissional.
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